crônicas

Meia palavra não basta

Ontem você pegou ranço do seu colega de trabalho por algo que ele nem fez. Hoje você brigou com seu namorado porque ele esqueceu de te avisar que não iria conseguir ir ao rolê que vocês combinaram há tempos. Amanhã você vai encontrar mais algum motivo para colocar a culpa em outra pessoa.

Mal-entendidos estão por todos os lados. E, ainda assim, tem gente que insiste na historinha de que “para um bom entendedor, meia palavra basta”. Como assim, gente? Quero saber se essa bola de cristal também está incluída no pacote — e com frete grátis, de preferência.

O nosso grande erro é viver com a superlotação de pontos de interrogação na nossa cabeça. E nem são aqueles que trazem uma sensação gostosa de resolver um mistério em uma conversa — tipo ‘qual é o sentido da vida?’ —, mas aqueles que nos consomem e tiram o nosso sono, sendo que poderiam ser facilmente resolvidos com uma simples troca de palavras:

— Oi, tudo bem? Na última conversa que tivemos eu fiquei com a impressão de que algo entre nós precisa ser resolvido. Você pode me dizer se alguma atitude minha te incomodou e o que posso fazer a partir de agora pra manter um clima agradável entre a gente?

Abrir espaço para a sinceridade não é tão difícil assim. Inclusive, é muito melhor do que tirar conclusões precipitadas e alimentar ainda mais a sua angústia. A única pessoa que tem a perder nessas situações é você mesma — vai por mim, tenho experiência no assunto.

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